Dólar inicia o dia em alta com foco em declarações de autoridades no Brasil e nos EUA
07/10/2025
(Foto: Reprodução) Após ligação com Lula, Trump diz que virá ao Brasil
O dólar iniciou a sessão desta terça-feira (7) em alta, com avanço de 0,46% por volta das 9h40, sendo negociado a R$ 5,3350. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, tem abertura prevista para as 10h.
Com poucos indicadores na agenda, os investidores voltam suas atenções para declarações de autoridades econômicas. No Brasil, o destaque é a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nos Estados Unidos, os discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ganham peso diante da paralisação do governo.
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▶️ No Brasil, a entrevista do ministro Fernando Haddad ao programa Bom Dia, Ministro é acompanhada de perto pelo mercado, especialmente após o contato entre Lula e Donald Trump.
▶️ Os investidores também estão de olho na votação da Medida Provisória 1.303/2025 (a chamada "MP do IOF"), marcada para 14h30. A proposta trata da tributação de apostas, aplicações e ativos digitais, e precisa ser aprovada até amanhã (8) para não perder validade.
▶️ Nos EUA, com a paralisação do governo impedindo a divulgação de dados econômicos, os discursos de dirigentes do Fed ganham destaque. Raphael Bostic fala às 11h, Michelle Bowman às 11h05 e Stephen Miran às 11h45 e 17h05.
▶️ Ainda por lá, o Fed de Nova York divulga às 12h o índice de expectativas de inflação dos consumidores para setembro, estimado em 3,2%.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,47%;
Acumulado do mês: -0,22%;
Acumulado do ano: -14,06%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,41%;
Acumulado do mês: -1,80%;
Acumulado do ano: +19,39%.
Haddad otimista com negociação com EUA
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, em entrevista ao programa 'Bom dia, Ministro', estar otimista nas tratativas com os EUA sobre o tarifaço, independentemente de quem seja o interlocutor indicado pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
Questionado sobre o fato de o mandatário dos EUA ter designado Marco Rubio, secretário de Estado americano para continuar as conversas com o Brasil, considerado por ter uma inclinação mais "ideológica", Haddad afirmou que a diplomacia brasileira saberá conduzir as tratativas de forma eficiente.
Na véspera, Lula conversou por telefone com Donald Trump por cerca de meia hora. Ele estava acompanhado do vice-presidente Geraldo Alckmin, do assessor especial Celso Amorim e dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Sidônio Palmeira (Secom).
Além desse tema, o ministro também falou sobre a chamada “MP do IOF”, que propõe tratar da tributação de apostas, aplicações e ativos digitais. Haddad disse que tem visto "muita boa vontade" por parte do Congresso em aprovar a medida provisória que eleva uma série de impostos.
A fala ocorre em um momento em que o governo tenta garantir ao menos parte da arrecadação prevista na MP, após o texto ter sido desidratado durante as negociações com o Congresso.
A proposta, que contempla o aumento da tributação sobre empresas (juros sobre capital próprio), "fintechs", apostas online, criptoativos, cooperativas e títulos incentivados — como LCI e LCA — enfrenta, porém, forte resistência do setor produtivo.
EUA em paralisação pelo 7º dia
A paralisação do governo dos EUA chega ao sétimo dia nesta terça-feira (7) sem perspectiva de acordo. Com recursos congelados e servidores federais sem receber, diversos serviços públicos foram afetados, incluindo voos, que registram atrasos.
Questionado na noite do domingo (5) sobre quando o governo começaria a demitir funcionários federais, o presidente Donald Trump disse: "Está acontecendo agora mesmo". Ele culpou os democratas pelo impasse, mas não entrou em detalhes sobre os planos de demissão.
A Casa Branca disse que milhares de pessoas poderiam ser demitidas se a paralisação persistir.
A paralisação já suspendeu pesquisas, divulgação de dados econômicos e o funcionamento de vários serviços.
Cerca de 2 milhões de servidores estão sem pagamento, e uma paralisação prolongada pode afetar viagens, distribuição de alimentos e até o funcionamento dos tribunais.
O Senado americano, liderado por republicanos, deve votar novamente medidas provisórias para financiar agências federais, mas nenhuma deve alcançar os 60 votos necessários.
Bolsas globais
Em Wall Street, os investidores demonstram cautela nesta terça-feira, após os índices S&P 500 e Nasdaq terem fechado em níveis recordes no dia anterior. Com a paralisação do governo já no sétimo dia, a falta de dados oficiais aumenta a incerteza.
Antes da abertura dos mercados, os contratos futuros indicavam leve queda: o Dow Jones recuava 0,17%, o S&P 500 caía 0,08% e o Nasdaq perdia 0,05%.
Já as bolsas europeias operam em alta, com os olhos voltados para a França, que enfrenta uma nova crise política após a renúncia do primeiro-ministro Sebastien Lecornu. A instabilidade política levantou alertas sobre a situação financeira do país, com agências de risco e analistas questionando a viabilidade dos títulos franceses.
Durante a manhã, o índice geral europeu STOXX 600 subia 0,09%. Entre os principais mercados, o DAX da Alemanha avançava 0,13%, o FTSE 100 do Reino Unido ganhava 0,02%, o CAC 40 da França subia 0,19% e o FTSE MIB da Itália tinha alta de 0,37%.
Na Ásia, o destaque foi o Japão, onde o índice Nikkei fechou em nova máxima histórica pela terceira sessão seguida. O bom desempenho foi puxado por empresas ligadas à produção de chips, que acompanharam os ganhos recentes nos EUA.
O Nikkei, em Tóquio, subiu 0,01%, encerrando aos 47.950 pontos. Taiwan teve alta de 1,68% (27.211 pontos), Cingapura avançou 1,14% (4.472 pontos) e Sydney caiu 0,27% (8.956 pontos).
Os mercados de Xangai, Shenzhen, Seul e Taiwan permaneceram fechados.
Cédulas de dólar
bearfotos/Freepik