Caso Amélia Vitória: acusado de estuprar e matar estudante enfrenta júri popular
07/10/2025
(Foto: Reprodução) Janildo da Silva Magalhães (lado esquerdo) foi indiciado pela morte e estupro da estudante Amélia Vitória (lado direito), de 14 anos, em Aparecida de Goiânia, Goiás
Divulgação/Polícia Civil
O acusado de estuprar e matar a estudante Amélia Vitória Oliveira de Jesus, de 14 anos, enfrenta júri popular nesta terça-feira (7). Janildo Silva Magalhães chegou para o julgamento por volta das 8h40, no Fórum Central de Aparecida de Goiânia, município onde o crime aconteceu em novembro de 2023. A adolescente desapareceu após ir buscar a irmã na escola.
Segundo o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), Janildo é acusado de sequestrar, violentar sexualmente e matar a adolescente. Além disso, o acusado já tem outros crimes registrados contra ele, tais como tráfico de drogas, estupro e roubo. Ele está preso preventivamente pela morte de Amélia Vitória.
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A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) representará o acusado no tribunal do júri. O defensor público Maxmiliano Silva explicou que há documentos que comprovam que Janildo tem problemas de ordem psicológica.
"A defesa vai pedir para o Conselho de Sentença reconhecer que o Janildo é semi-imputável. Ou seja, ele deve cumprir a pena ali, da maneira que o juiz estabelecer para ele, nesses termos de semi-imputabilidade dele", explicou.
Segundo o defensor, o Tribunal de Justiça reconheceu, por meio da Junta Médica do Estado de Goiás, a condição psicológica do acusado. Maxmiliano disse que tal condição implica na pena que Janildo vai cumprir, cabendo ao juiz determinar essa situação.
Janildo Silva, acusado de sequestrar, violentar sexualmente e matar a adolescente Amélia Vitória chegou para julgamento em Aparecida de Goiânia
Isadora Sátira
A família da adolescente acompanha o julgamento. A mãe da adolescente, Cristina Moreira de Oliveira, contou ao g1 que está ansiosa para que ele seja condenado. “Que ele seja condenado o máximo possível, por muitos anos”, afirmou. A tia Cristiane Moreira de Oliveira também acompanha o julgamento e declarou que também espera a condenação máxima para o acusado e sem benefícios.
“O que mais dói é acordar todos os dias e pensar que isso tudo está mesmo acontecendo. Que ele não tenha nem benefícios de progressão de pena e nem saidinhas, foi em um desses benefícios que ele tirou a vida da minha sobrinha”, disse a tia.
O promotor de Justiça Milton Marcolino defendeu que as evidências contra o acusado são "irrefutáveis" e que as provas, como o material genético encontrado no corpo da vítima, são "incontestáveis".
"Esse exame de DNA que foi feito afirma que esse material genético encontrado lá trata-se material genético do réu Janildo. Ele está sendo denunciado pelo homicídio qualificado, por sequestro, por estupro e ocultação de cadáver", declarou.
Além dos crimes contra Amélia Vitória, Janilson responde por estuprar a enteada, informou a Polícia Militar. Ao g1, os agentes informaram que o crime aconteceu em 2022, quando a menina tinha 15 anos.
Crime contra estudante
A estudante Amélia Vitória foi raptada e morta, após sair de casa para buscar a irmã na escola, em Aparecida de Goiânia. As investigações da Polícia Civil apontaram que ela foi estuprada em dois locais diferentes por Janildo: em uma região de mata atrás de um imóvel e, depois, em um imóvel abandonado. No vídeo abaixo, é possível ver o trajeto feito pelo acusado no dia no crime (veja abaixo).
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Segundo polícia, Janildo tinha o costume de sair com uma bicicleta e cometer furtos e roubos na região onde Amélia Vitória desapareceu. “Muito possivelmente ele saiu naquela data para praticar roubo e furto. Ao avistar a vítima passar, quando ia buscar sua irmã na escola, e ele, contumaz nos delitos de ordem sexual, raptou a vítima e a levou para trás de um imóvel, onde teria a violentado a primeira vez”, afirmou o delegado Eduardo Rodovalho na época.
Após o primeiro ato de violência sexual, o suspeito teria colocado a vítima no cano da bicicleta e pedalado aproximadamente 6km com ela, até o local que ele escondia drogas e objetos roubados. Segundo o delegado, no imóvel abandonado, Janildo teria continuado estuprando Amélia durante toda a noite, até decidir matar a estudante por meio de asfixia.
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Investigação sobre o estupro e morte de Amélia Vitória
Após o desaparecimento da adolescente, os moradores denunciaram à polícia que um corpo havia sido abandonado em uma rua, no bairro Parque Hayala, em Aparecida de Goiânia. Durante os exames no corpo, a perícia confirmou que a adolescente foi vítima de estupro.
O material genético encontrado no corpo da adolescente permitiu que a polícia chegasse até Janildo. Ele já tinha o DNA cadastrado no Banco Nacional de Perfis Genéticos por já responder na Justiça por um crime de estupro.
A investigação policial indica que, após matar Amélia, o acusado voltou para casa e pintou a bicicleta usada no crime. Além disso, ele teria rasgado a camiseta que usava, tendo a abandonado em um canto da casa, com o intuito de descartá-la.
O delegado Rodovalho informou, na época, que a mãe e a irmã de Janildo começaram a estranhar o comportamento dele e não deixaram que ele se livrasse da roupa. A família do acusado relatou para polícia que, quando viam reportagens sobre o sumiço da menina, Janildo ficava alterado.
“Ele saiu de casa já com um comportamento estranho. A mãe dele diz que ele falou: ‘Eu vou sair, não me espere. Não sei se vou voltar amanhã e nem se vou estar vivo’. No dia seguinte retornou já com outro comportamento, dizendo que ia pintar a bicicleta e depois sempre ficando alterado com reportagens da menina na televisão”, afirma o delegado.
Conforme a polícia, a comoção da própria família com a morte de Amélia, fez com que Janildo decidisse retornar ao imóvel para abandonar o corpo da menina em um local de fácil localização. Perícia indica que ele envolveu o corpo no lençol e a arrastou até a rua.
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